Um retrato, um filme e as Contas Públicas Goianas
Um Filme para as Contas Públicas
O Tesouro Nacional apresentou o Guia para o Governador, onde apresentou um retrato da atual situação do Estado de Goiás no que diz respeito aos compromissos firmados com o Tesouro Nacional. Do documento a resposta mais esperada dizia respeito à possibilidade de Goiás entrar no Regime de Recuperação Fiscal – RRF.
Este era o plano A do novo governo, capitaneado pela nova Secretária da Economia, que conseguiu em apenas 15 dias trazer a equipe do Tesouro Nacional para que fizesse a avaliação das contas Estaduais. O resultado, porém, foi: O Estado de Goiás não é elegível ao RRF.
Visto com alivio por alguns, certamente foi recebido com preocupação pela nova equipe, que agora precisa apresentar seu plano B.
O qual estará focado no aumento das Receitas e na redução das despesas, apontamento óbvio e ululante, mas que serve de introdução para o grande X da questão: o como.
Qualquer que seja o enfoque receberá dura resistência, porque ao fim e ao cabo, não temos opiniões, temos interesses e nesta disputa podemos todos sair prejudicados.
E com esta confissão, me permito palpitar.
Alguém já disse que “a fotografia é a poesia da imobilidade”, e como bem dito o Guia do Tesouro Nacional apresentou um retrato da situação do Estado de Goiás, uma fotografia, um instante, imóvel.
No retrato não é possível ver a história do Estado que é hoje a 10 ª economia do país, mensurar o que houve de acerto e erro nas politicas públicas implementadas, enxergar as nuances e peculiaridades de um Estado Agroindustrial, entender as relações sociais construídas, nem mesmo perguntar todos os por quês, para se buscar algumas respostas.
Para isto é preciso ver o filme, leva tempo – tempo que talvez não exista diante de toda pressão que o novo governo está vivenciando ao iniciar a gestão com uma folha de salário atrasada.
Mas que será preciso criar, pois não existem soluções fáceis para questões difíceis, os meios são escassos e as necessidades sociais infindáveis, fatores econômicos e políticos estão misturados, foram apenas 15 dias de governo, a primeira solução não foi viável (e talvez nem deveria ter sido cogitada), aguardaremos o plano B, opinando que o mesmo seja feito com cautela, após a interlocução com os vários personagens que compõe a história recente de Goiás, especialmente com aqueles que se antagonizam, como exemplo o Fisco e o Setor Empresarial.
Enquanto sociedade estamos torcendo para o sucesso da equalização das contas públicas goianas, para que no futuro, ainda que exista uma ou outra fotografia ruim, o filme não deixe dúvida quanto ao papel de cada personagem e tenha sobretudo um final feliz.
Fernanda Terra